Nascido em 1961, na cidade de NewCastle na InglaterraChris Wilson entrou no espiral decadente das drogas e pequenos delitos que logo descambam para crimes mais e, por fim, a prisão.

Vivendo como um junkie – drogado – seguia naquilo que ele mesmo chama de “tiny, litle life” (uma vida pequena, minúscula) até que resolveu dar um basta em tudo.

skitles 1“Eu fui capaz de me manter limpo [das drogas] na prisão. Eu fui capaz de descobrir quem eu era. Se você nega acesso a coisas normais, o ser humano irá encontrar um meio de fazer essas coisas.

Um dia eu estava na prisão e um cara chegou e disse: “- Quem quer praticar um pouco de filosofia?
Eu nunca tinha visto aquilo na vida, e ele nos trouxe uma introdução à alegoria da caverna, de Platão.

E eu prestei atenção e eu realmente gostei. Eu realmente me lembro dele. Me interessou, ficou comigo.”

Chris descobriu um passatempo durante seu tempo encarcerado, a pintura. Sem acesso aos materiais básicos para um pintor, a saída foi improvisar: Skittles foram usados como sua fonte de tinta e o próprio cabelo combinado com talheres reciclados formavam os pincéis.

A forma inusitada como produzia seus quadros garantiu seu sustento após sair da prisão pois, como ele conta, vende cada tela por cerca de 150 libras.

skitles atelier“Dinheiro não significa mais tanto para mim. Eu prefiro fazer dinheiro através de minhas pinturas e eu nem cobro tanto por elas. Eu peço cerca de 150 Libras; algumas pessoas querem que eu seja estratégico, cobre 6 mil, mas eu prefiro um mundo simples e honesto.

Quando você é pago por criar algo. É um sentimento incrível […] ser pago por alguém que genuinamente ama o que você fez.”

Wilson ainda conta que não se juntou à gangue alguma e com isso era livre, podia andar sua própria caminhada. Sua experiência na prisão mostra como muitas vezes os “desertos”, as privações e dificuldades, são processos de maturação e refinamento pessoal. Chris Wilson descobriu a arte, uma nova maneira de pintar e se reencontrou ao final.

Uma vida reacesa, uma centelha de esperança movida pela arte e perseverança.

“Não importa em que situação você acabe se encontrando, sempre existe aquele impulso que pode se manifestar e fazer a diferença entre alguém ser uma espécie de animal e ser um ser humano.”

A história de Chris Wilson é contadas nesse belo vídeo trazido pela Huck Magazine, assista abaixo (áudio em inglês e sem legendas):