5 hábitos para lembrar dos seus dias em 2014 (e porque isso é importante)

[dropcap1]U[/dropcap1]ma vez assisti a uma palestra de um velhinho muito sábio chamado Loren Cunningham. A fala era sobre a importância do registro histórico da organização que ele preside (Jocum). Sem história registrada, dizia Loren, não há como evoluir: não sabemos o que já fizemos, logo não podemos pensar em coisas novas.

A fala de Cunningham me lembra um versículo bíblico que aprecio bastante. O verso 12 do Salmo 90 diz: “Ensina-nos a contar os nossos dias para que o nosso coração alcance sabedoria”. O salmista fala sobre a importância de entender o tempo da vida, a fluência dos dias. Na paráfrase de Eugene Peterson, The Message, ele fala praticamente sobre a consequência desse ato: “Ensina-nos a viver bem! Ensina-nos a viver de forma sábia e satisfatória”.

A gente costuma se fotografar, registrando nossas festas de aniversário, as férias, o dia de natal. É um hábito que se complementa a estes 5 outros que sugiro aqui. Todos eles visam um único propósito: sua memória precisa ser lembrada. “Quem não conhece a sua história está condenado a repeti-la”, já disse um sábio.

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1. Envie um e-mail com o FutureMe.Org

Há alguns anos sigo uma tradição: envio para mim mesmo um e-mail que só pode ser lido um ano depois. O disparo e o agendamento é feito pelo excelente FutureMe.Org. Um site cujo propósito é simples: “a memória é menos precisa que um e-mail”. Há uma epifania em ler seu e-mail do passado, vendo tudo que aconteceu em 1 ano, as coisas que você almejou e planejou, o que você conquistou. Escolha um e-mail que vai durar, a data e capriche na mensagem.

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2. Tenha um caderno

Outro hábito que me ajuda a guardar ideias, planos e pensamentos é o Moleskine. Pode ser um diário se você quiser, mas eu prefiro o caderno sem pauta. Já existem similares no mercado, mas o princípio “técnico” dos moleskines é importante: ele possui um papel de maior qualidade e couro na capa, garantindo uma preservação a longo prazo. Nos cadernos que tenho desde 2009 há rabiscos, desenhos, ideias, reflexões, diários de viagens. Guardados no lugar certo sempre me fazem lembrar bem mais do que se eu confiasse em um guardanapo.

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3. Use o One Second Everyday

Cesar Kuriyama é um peruano que vive há vários anos nos Estados Unidos. Ele trabalha com criatividade e inspirado por uma palestra do TED (ele conta isso em sua palestra no TED) criou o projeto “Um Segundo Todo Dia”, em que filma um pequeno trecho da sua vida diariamente e busca fazer isso “até o dia quando não poderá mais”. Kuriyama conta que faz isso porque: (1) odeia não conseguir lembrar de trechos do passado; (2) é ruim esquecer de filmar em algum dia, porque dá a sensação de que você não fez nada de interessante; (3) visualizar situações vividas é uma forma de instigar a memória; (4) filmar até os momentos ruins pode ser importante para dar valor aos bons momentos; (5) registrar tudo na perspectiva de primeira pessoa ajuda a lembrar qual foi o seu olhar. One Second Everyday hoje é um aplicativo para Android e iOS que te ajuda com essa empreitada.

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4. Imprima suas fotos

Um hábito que se perdeu desde o Orkut. Acumulamos inúmeros álbuns digitais em nossos perfis do Facebook, mas imprimimos tão poucas fotos. Talvez por economia, talvez pelo imenso volume de fotos que fazemos. Fato é que certamente você e as pessoas que te cercam vão retornar menos ao álbum digital do que aos seus porta-retratos, scrapbooks e álbuns tradicionais. Imprimir as fotos te ajuda a ter uma seleção especial de grandes momentos e ter uma pausa para lembra-los com quem você os compartilha (offline, no sofá, na mesa).

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5. Conte suas histórias

Em “Um Milhão de Quilômetros em Mil Anos”, Donald Miller fala sobre a importância de viver uma grande história. Ele percebeu a relevância disso quando um diretor de cinema o procurou para fazer um filme baseado em seu livro bestseller “Blue Like Jazz”. Era um livro com vários trechos de sua vida. Um filme sobre ele. Foi aí que ele começou a pensar: o que eu tenho vivido e quais histórias tenho contado? Fato é que o mais importante que aprendi com Donald Miller é que você deve sempre contar suas histórias. Na roda do bar, na mesa da família, no blog ou no Facebook, compartilhe os momentos que você deseja lembrar.

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Ricardo Oliveira
é jornalista, mestre em comunicação, nerd, blogueiro no Diversitá e megalomaníaco por produção de conteúdo. Faz parte dos projetos musicais Mais Que Apenas Som e Message in a Bottle, tenta filmar seu primeiro curta de ficção e nas “horas vagas” edita o *catavento.